Relatos de censura

Durante o mês de março, disponibilizamos um formulário online para que bibliotecárias e bibliotecários de todo o nosso país pudessem relatar, anonimamente, casos de censura que sofreram em suas bibliotecas, em suas atividades, em seu acervo. Disponibilizamos abaixo todos os relatos que recebemos. Caso você ainda queira contribuir, basta preencher este formulário, pois nossas bibliotecas não devem se calar!
Quanto a tipologia de bibliotecas, temos a seguinte configuração:
– Biblioteca Escolar: 15 relatos
– Biblioteca Pública: 10 relatos
– Biblioteca Universitária: 10 relatos
– Biblioteca Especializada: 2 relatos
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RELATO 1: “A Biblioteca pública do município de Cachoeira do Piriá (Pará), recebeu um acervo de aproximadamente 2500 exemplares, entre eles alguns de Marx. A biblioteca está subordinada à secretaria de educação do município, a qual está sob a administração de um secretário de educação que não aceita esse tipo de obra na biblioteca. Na época em que eu era o bibliotecário tentei explicar a importância de se ter no acervo um livro como este. Mas os argumentos foram ignorados e um mês depois fui exonerado do cargo (sob o argumento de falta de recurso para honrar o salário). Hoje há outro profissional, ainda não abriram concurso público para a cidade, ficamos à mercê de administradores como esse.”

RELATO 2: “Uma colega de profissão queria jogar fora livros espíritas que tinham na biblioteca por ser algo contrário a sua fé. Minha reação foi de não permitir de maneira alguma e expliquei que a BIBLIOTECA Municipal é da comunidade, de todos. E por isso deve ter livros de diferentes gêneros e temáticas.”

RELATO 3: “A psicóloga da escola foi à biblioteca quando eu não estava e fez a auxiliar imprimir a lista de todos alunos e funcionários que tinham retirado o livro ‘Persépolis’ (foi leitura obrigatória em 2017) e disse que iam fazer um trabalho com estagiários. A funcionária não me contou num primeiro momento. Soube quando a direção disse que tinha retirado o livro e que eu devia comunicar que não existia o livro. Questionei a direção e um pai questionou o conteúdo de um beijo entre homens em uma ilustração e que então este livro não fazia mais parte do nosso acervo.”

RELATO 4: “Certa ocasião um diretor de uma faculdade em Jaraguá do Sul entrou na biblioteca e perguntou onde ficavam as revistas Veja (ele não frequenta a biblioteca e nem sequer sabia a disposição do acervo) e indiquei o local. Ele pegou todas as revistas que tinham como manchete notícias referente ao juiz Sérgio Moro e rasgou-as, alegando que não era de acordo com o que estavam escrevendo sobre ele e disse “isso que estão fazendo com o cara é uma puta sacanagem, ele é um cara honesto”. Ainda disse que não iria mais assinar a Veja pois ele não ia “compactuar” com aquela “sacanagem”. Eu, bibliotecária da instituição na época, muito assustada com o que estava acontecendo e com a alteração dele (ele estava visivelmente alterado e irritado) pedi que ele se acalmasse e não fizesse aquilo pois era patrimônio da instituição e era necessário que os usuários tivessem acesso a todo tipo de informação… mas ele me interrompeu e continuou a rasga-las. Eu só tive tempo de retirar as etiquetas para dar baixa no sistema. Ouve uma denúncia na ouvidoria, pois no momento haviam alunos e professor na biblioteca que também presenciaram o acontecido. Com essa denúncia, de um diretor de faculdade rasgando revistas na biblioteca por não estar de acordo com o conteúdo que ela trazia, resultou em uma chamada de atenção pela direção regional e ele foi obrigado a repor as revistas ao acervo. No dia seguinte a denúncia ele devolveu apenas uma das revistas rasgadas.”

RELATO 5: “[A censura veio pela] Chefia imediata, no caso responsável pela Coordenação Pedagógica. Minha reação foi ficar calada, pois se falasse alguma coisa poderia (e ainda posso) sofrer algum tipo de represália. A partir dessa situação, não coloquei mais Paulo Freire como sugestão de compra. Mas tento, através de outras obras, incentivar o pensamento crítico.”

RELATO 6: Certa ocasião em uma faculdade em Jaraguá do Sul, eu bibliotecária na época deveria planejar e desenvolver atividades para a semana do livro e da biblioteca 2019, que a rede de bibliotecas da instituição realizava anualmente em todas as unidades. O tema desse ano era Fake News, eu levei o assunto em uma reunião com a coordenação de ensino superior a qual a biblioteca e eu éramos subordinadas e não foi aprovado o tema com a alegação que o tema “fake news” lembrava muito as últimas eleições e o presidente em exercício, o que ela (coordenadora) achava que desagradaria a direção (aquele que rasgou as revistas) e causaria tumulto, que não deveríamos “mexer mais nesse assunto”. Eu aleguei que iria pelo viés dos perigos da fake news na área da saúde e a importância de não propaga-las, como no caso das fakes da vacinação, criei todo um cronograma de atividades para a semana do livro e da biblioteca que não foi aprovado e nem autorizado o evento, não houve semana do livro em 2019 naquela instituição.”

RELATO 7: “A censura partiu pelos chefes. Durante um mês inteiro a biblioteca trabalhou em parceria com os estudantes do local, fomentando a pesquisa, a discussão e a expressão artística. Em meio a pesquisa, os alunos conheceram os lambes lambes, e começaram a fazer poesia concreta para se expressar. Um dia antes do evento, os chefes fizeram com que tais manifestações culturais fossem apagadas. O clima de censura e perseguição perdurou por muito tempo, acontecendo inclusive represálias como demissão. A única esperança foi resistir. Fizemos (equipe) o que melhor conseguiríamos. Entregamos um sarau maravilhoso, em que cada apresentação reverberou como ato de resistência. No mesmo local, também fomos incentivados pela chefia a esconder livros que tratasse da causa LGBTQI+, para “evitar problemas futuros”. Tal recomendação se deu na época do caso do Santander.”

RELATO 8: “Durante a seleção de obras para uma exposição de livros infanto-juvenis para a Semana de Consciência Negra em 2018, a chefia da biblioteca vetou a exposição de cinco obras que tinham como temática religiões de matriz afrobrasileira, sob a alegação de que alguns pais e/ou responsáveis poderiam se sentir “ofendidos”. A equipe apresentou uma série de argumentos, inclusive citando artigos da Constituição Federal, no entanto, devido a questões internas (assédio moral), a chefia manteve o veto e a exposição ocorreu, infelizmente, sem os referidos títulos.”

RELATO 9: “O Secretário de Cultura e Turismo fechou a Biblioteca Pública que está em um Prédio Tombado sem qualquer preocupação com conservação do acervo para uma reforma de cunho político, transferindo a bibliotecária para um arquivo de outra secretaria. Apesar da bibliotecária entregar um relatório falando da importância da Biblioteca Pública e do seu acervo, não foi dada a importância devida. Infelizmente, neste país são poucos que dão o verdadeiro valor para as nossas Bibliotecas Públicas.”

RELATO 10: “Eu estava como chefe da biblioteca e era responsável pelas redes sociais. Atualizava o Google Maps, Instagram e Facebook. Sempre lembrava das minhas aulas de Marketing na graduação e me espelhava em bons exemplos de outras Bibliotecas.
No mês de Junho, mês da diversidade, usei um tema arco-íris na foto no perfil do Facebook. Na foto está a fachada da biblioteca e o logo da universidade federal.
Já havíamos apoiado o mês rosa, o azul, o amarelo… o mês arco-íris seria apenas mais um. Os usuários se sentiriam ainda mais acolhidos. Isso foi numa sexta, na segunda fui chamado pelo chefe (diretor). Fui chamado pois minha postagem incomodou a direção da universidade. Embora meus exemplos de outras bibliotecas e órgãos públicos que aderiram a campanha, a alteração na foto foi entendido pela direção como uma bandeira do administrador da página. Que a instituição deveria se ausentar de pautas ideológicas e partidárias. Naquele momento me senti profundamente triste. Em pleno século XXI, em uma universidade, um professor doutor realizar censura. Embora não concordasse com aquilo, eu estava em estágio probatório e uma possível retaliação estava evidente que ocorreria se eu não retirasse a publicação.
Assim fiz, apaguei a foto postada. E exclui todas as redes sociais da biblioteca. Talvez hoje eu me arrependa de ter apagado tudo. Muitos alunos perguntavam no balcão o que tinha acontecido com a página. Outros perceberam que o sumiço da página ocorreu logo após a postagem da foto. Depois disso entrei em quadro depressivo decorrente do ambiente de trabalho. Consegui superar esse quadro há alguns meses. Embora ainda esteja na instituição, meu desejo é que no próximo dia do Bibliotecário eu não esteja mais aqui. Obrigado e perdoe-me pelo longo texto.”

RELATO 11: “O livro da família” de Todd Parr apresenta as diferenças das famílias, abordando assuntos como adoção, diferenças raciais, culturais e sociais. Esse livro foi retirado da biblioteca pela pedagoga do Ensino Fundamental I sem qualquer explicação. Descobri posteriormente que algum responsável/pai de aluno questionou o empréstimo desse livro alegando que vai contra os valores da família tradicional por apresentar no livro uma família composta por casal de homossexual. Até hoje o livro não voltou para o acervo e como bibliotecário não tive o direito ao diálogo.”

RELATO 12: “Uma professora do 5º do Ensino Fundamental I alegou que o livro “Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil” não era apropriado para a turma dela. Eu questionei qual era o motivo da restrição e a professora disse que era muita informação/texto e conteúdo não apropriado. Fiquei surpreso, pois o livro é infantojuvenil e as biografias de cada mulher não passam de 3 páginas. Expliquei que o livro não precisa se lido por inteiro, pois funciona com um dicionário biográfico e que inclusive poderia ser um ótimo instrumento de apoio pedagógico das aulas de história. Mesmo assim, manteve sua restrição.”

RELATO 13: “Escola católica, um aluno filho de pais de direita falou que a bibliotecária anterior só comprava livro feminista. Este livro (O útero é do tamanho de um punho) foi comprado, mas censurado, mesmo ele caindo no vestibular. A bibliotecária anterior foi demitida e eu tive que esconder ele e só emprestar para quem estava no terceirão. Agora deixo ele nas estantes de poemas/poesia mais altas e quando este aluno vai com o professor na biblioteca eu os retiro. Ele se forma este ano.”

RELATO 14: “[A censura partiu] Por um funcionário que fez leitura da obra “Sete Pecados” e disse que não poderia ser exposta porque a biblioteca é universitária e este tipo de literatura não condizia com o acervo, principalmente por ser religiosa. Mas os setes pecados estão explícitos na Bíblia e uma informação não pode ser escondida porque ela está em um formato claro de entendimento.”

RELATO 15: “Um dos altos membros da direção vetou que o livro “O menino de vestido” fosse incorporado ao acervo, pois afirmava que ele “legitimava” um ato e que a escola não poderia ser conivente com isso. Disse que uma criança não podia ter acesso aquela história (que é sobre um garoto que gosta de moda e futebol e um dia decide provar um vestido e se apresentar como alunA de intercâmbio) pois poderia dar a impressão de que a escola estaria incentivando uma prática.”

RELATO 16: “A censura foi realizada em uma visita de reconhecimento de curso por avaliadores do MEC. A disciplina era voltada à Filosofia, Sociologia e Antropologia de um curso da área da Administração e, inclusive, tratava-se de uma disciplina comum em diversos outros cursos. O avaliador pediu para ver as bibliografias de tal disciplina e ao ver os livros da [Marilena] Chauí indicados como uma das bibliografias básicas, fez o comentário de não entender o motivo de indicarem tanto tal autora, visto que ela não era parcial já que ela ajudou a fundar o PT, etc, etc. Eu aleguei que isso não invalidava de forma alguma a obra como referência na área de Filosofia, visto que é uma ciência e que por isso tal obra tinha sido escolhida e não por questões partidárias.”

RELATO 17: “A coordenadora da educação infantil pediu para eu retirar o livro “Cada família é de um jeito” da biblioteca, pois o conteúdo não era a linha de trabalho da escola. Um menina retirou o livro e a família disse que na Espanha o assunto não era tratado tão abertamente sobre os vários tipos de família. Eu disse que se a escola assumisse tal posição de não aceitar a diversidade, eu retiraria todos os livros sobre o assunto das estantes mas apenas com o respaldo da direção e coordenações. Ela disse que então era só para eu esconder o livro em uma estante mais alta.”

RELATO 18: “Biblioteca especializada em engenharia, portanto os livros que não fossem da área o diretor não queria que “ocupassem o espaço” na biblioteca, como se as pessoas não pudessem emprestar um livro para uma leitura lazer ou por gosto ou algo que não fosse relacionado ao trabalho. Aceitei uma doação de uns 30 livros de literatura geral e depois de catalogar e etiquetar todos, fui chamada e solicitaram que isso não acontecesse mais. Uma pena, pois somos seres humanos e não máquinas, portanto temos momentos de leitura a trabalho, leitura com família, leitura lazer e outros.”

RELATO 19: “A mãe de duas alunas adolescentes veio devolver esta obra (“Harry Potter e a criança amaldiçoada”, proibindo elas de continuarem a ler, mesmo elas já sendo leitoras frequentes aqui. Fiquei muito surpreso e tentei contextualizar a história e sua ludicidade; conversei bastante sobre outros títulos diferentes, mas ela foi irredutível, justificando motivos religiosos. Por fim, as duas garotas ficaram muito frustradas e não puderam retirar mais. A cultura, o amadurecimento e a educação mais uma vez sendo reprimidos pela censura.”

RELATO 20: “A censura partiu de algumas colegas de profissão que são de uma determinada denominação religiosa e achavam a obra (“A garota do calendário”) imprópria para os adolescentes da Instituição de Ensino, justificando que se fossem filhos (as) das mesmas, jamais deixariam que lessem o livro, por conter uma leitura erótica. Tive que retirar o livro da área designada para obras literárias (Na entrada da biblioteca) e deixar guardado por um tempo no processamento técnico, por enfim, após a procura por tal título cessar, retornei-o para o acervo bibliográfico, sem expôr na área de livros literários.”

RELATO 21: “Foram censuradas pela direção duas obras que os usuários da biblioteca universitária queriam muito para leitura: o volume 1 e 2 do “Foda-se” , mencionando que possui alunos de ensino fundamental 1 e 2, sendo que esses livros estavam sendo emprestados apenas para faculdade. Mesmo falando e mostrando, os livros foram retirado da biblioteca pela direção.”

RELATO 22: “Todos os exemplares do livro “Enquanto o sono não vem” foram retirados das escolas, em outras as páginas com a história que causou a polêmica foram coladas. No meu caso que sou contadora de histórias e já havia trabalhado essa historia, fiquei bem triste porque faltou a mediação adequada e não a censura da obra. Inclusive como contadora eu fui atacada nas redes sociais por postar um vídeo de minha filha de 7 anos contando essa história, para mostrar que só faltava o mediador adequado e não abolir a obra.”

RELATO 23: “Sendo essa autora espírita (“Zíbia Gasparetto”) de obras mediúnicas, uma diretora evangélica de escola PúBLICA mandou retirar TODOS os títulos dessa autora do acervo, e outros, do mesmo tipo.”

RELATO 24: “Sofri perseguição política do diretor da unidade na qual eu trabalhava. Por eu ser militante de um partido político e ele de outro. Ele fez de tudo o que pôde para me prejudicar. Por último ele cortava meu ponto mesmo eu estando na biblioteca trabalhando. Tentei chamar a atenção para os abusos que estavam sendo cometidos. Por fim, pedi a minha transferência, que é claro que ele não deu. Então resolvi sair e me libertar daquele verdadeiro cárcere. Nunca mais aceitei trabalhar em tais condições.”

Bibliografia livre

Abaixo, sugerimos uma bibliografia para a introdução às diferentes abordagens de censura no dia-a-dia do bibliotecário. O conteúdo foi elaborado pela Profa. Dra. Ana Paula Meneses Alves, do Departamento de Organização e Tratamento da Informação (ECI UFMG) e membro da Diretoria da FEBAB (gestão 2017-2020). Foram priorizados somente conteúdos em acesso aberto, publicados desde 1972.

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SALCEDO, D.; COSTA, L. A. M. Rosas de chumbo: da censura ao acesso informacional de documentos sigilosos na ditadura brasileira. Informação & Informação, Londrina, v. 23, n. 2, p. 284-313, 2018. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/28006. Acesso em: 16 fev. 2020.

SILVEIRA, H. F. R. da. Um estudo do poder na sociedade da informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 3, p. 79-90, set./dez. 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n3/a08v29n3.pdf. Acesso em: 16 fev. 2020.

SODRÉ, N. W. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1966. 

SOUZA, W. E. R. Em nome da moral e dos bons costumes: censura a livros com temática de gênero no Brasil do século XXI. Em Questão, Porto Alegre, v. 24, n. 1, p. 267-295, 2018. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/71150. Acesso em: 16 fev. 2020.

VERGUEIRO, W de C. S. Censura e seleção de materiais em bibliotecas: o despreparo dos bibliotecários brasileiros. Ciência da Informação, Brasília,v.16, n.1, p. 21-26, jan./jun. 1987. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/viewFile/266/266. Acesso em 12 fev. 2020.

Bibliografia da censura

Neste espaço, trazemos uma compilação de livros que foram censurados no Brasil e mencionados nos relatos que coletamos para a campanha. A página continuará em constante atualização à medida que recebermos mais relatos, tanto pelo nosso formulário, como veiculados pela mídia. A relação dos títulos está organizada por sobrenome de autor. [Atualizado em: 17 mar. 2020]

A

  • “O Melhor De”, de Caio Fernando Abreu
  • “O quarto branco”, de Gabriela Aguerre
  • “Macunaíma, o herói sem caráter”, de Mario de Andrade
  • “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis

B

  • “Cabo de guerra”, de Ivone Benedetti

C

  • “O estrangeiro”, de Albert Camus
  • “A volta por cima”, de Carlos Heitor Cony
  • “O irmão que tu me deste”, de Carlos Heitor Cony
  • “O ventre”, de Carlos Heitor Cony
  • “Rosa vegetal de sangue”, de Carlos Heitor Cony
  • “Mil e uma noites”, de Carlos Heitor Cony
  • “O ato e o fato”, de Carlos Heitor Cony
  • “O harém das bananeiras”, de Carlos Heitor Cony
  • “Os sertões da luta”, de Euclides da Cunha

F

  • “Mar de histórias” (todos os volumes), de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira
  • “Guia Millôr da História do Brasil”, de Ivan Rubino Fernandes
  • “O amor que sinto agora”, de Leila Ferreira
  • “Caderno de memórias coloniais”, de Isabela Figueiredo
  • “Diário de um fescenino”, de Rubem Fonseca
  • “Bufo & Spallanzani”, de Rubem Fonseca
  • “O melhor de Rubem Fonseca”, de Rubem Fonseca
  • “Secreção, excreções e desatinos”, de Rubem Fonseca
  • “Os prisioneiros”, de Rubem Fonseca
  • “Agosto”, de Rubem Fonseca
  • “Amálgama”, de Rubem Fonseca
  • “O doente Molière”, de Rubem Fonseca
  • “A coleira do cão”, de Rubem Fonseca
  • “O seminarista”, de Rubem Fonseca
  • “Histórias curtas”, de Rubem Fonseca
  • “Histórias de amor”, de Rubem Fonseca
  • “O buraco na parede”, de Rubem Fonseca
  • “Feliz ano novo”, de Rubem Fonseca
  • “Calibre 22”, de Rubem Fonseca
  • “Mandrake a bíblia e a bengala”, de Rubem Fonseca
  • “Lúcia McCartney”, de Rubem Fonseca
  • “Romance negro e outras histórias”, de Rubem Fonseca

G

  • “Poemas escolhidos”, de Ferreira Gullar

K

  • “O castelo”, de Franz Kafka

L

  • “O mistério da moto de cristal”, de Ana Lee e Carlos Heitor Cony
  • “Vá, coloque um vigia”, de Harper Lee
  • “Diário da cadeia”, de Ricardo Lísias (pseudônimo Eduardo Cunha)
  • “O fim de Eddy”, de Édouard Louis

M

  • “Crônica de uma morte anunciada”, de Gabriel García Márquez

P

  • “Paisagem de outono”, de Leonardo Padura
  • “Enquanto os dentes”, de Carlos Eduardo Pereira
  • “Contos de terror, de mistério e de morte”, de Edgar Allan Poe

R

  • “O beijo no asfalto”, de Nelson Rodrigues
  • “O melhor de Nelson Rodrigues”, de Nelson Rodrigues
  • “A vida como ela é”, de Nelson Rodrigues
  • “Vestido de noiva”, de Nelson Rodrigues (versão graphic novel)
  • “Estrangeira”, de Sonia Rodrigues
  • “As cartas que não chegaram”, de Maurício Rosencof
  • “Série Harry Potter”, de J. K. Rowling

S

  • “A menina de cá”, de Carlos Nascimento Silva
  • “13 dos melhores contos de amor”, de Rosa Amanda Strausz

Z

  • “Bonsai”, de Alejandro Zambra